Public Archaeology
em Montemor-o-Novo.
Resumo da Palestra
Megalitismo em Montemor, na perspectiva da Arqueologia Pública: os desafios do futuro
Manuel Calado
A arqueologia encontra-se hoje numa encruzilhada: por um lado, como todas as disciplinas, tem vindo a avançar desenfreadamente no sentido da especialização, em diferentes registos e escalas e, ao fazê-lo, ganhou complexidade e tornou-se cada vez menos acessível; por outro lado, a democratização dos saberes, fundamental numa sociedade moderna, criou expectativas que os arqueólogos nem sempre sabem (ou querem) satisfazer.
É possível, sem dúvida, ultrapassar o paradoxo: é tempo de os arqueólogos saírem das suas torres de marfim e procurarem os temas, os meios técnicos e as linguagens que permitam ir ao encontro dos diferentes públicos.
Porém, o conceito de Arqueologia Pública não se limita apenas ao campo da divulgação científica: para além da questão comunicacional, e sem desvirtuar os objectivos científicos, o que está em causa é talvez a forma de fazer arqueologia.
A arqueologia, sem deixar de ser séria, pode ser participativa, empenhada, lúdica… e, sempre que possível, contribuir para o desenvolvimento económico e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. É algures neste registo que se podem conjugar os diversos matizes do Turismo arqueológico.
Na verdade, não existe propriamente uma oposição entre a arqueologia científica e a dimensão pública da arqueologia: de resto, como sabemos, a maior parte da investigação é suportada directamente por dinheiros públicos ou feita com base no conceito de interesse público. O que falta, muitas vezes, é o retorno desse investimento.
Nesta palestra, proponho-me apresentar e discutir algumas experiências recentes, próprias e alheias, no domínio da Arqueologia Pública, tendo como referente central o tema do Megalitismo em Montemor.
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