Porto Torrão
Iniciada em Outubro de 2008, com decapagem mecânica e algumas sondagens diagnóstico, a intervenção arqueológica no Povoado Neo-Calcolítico de Porto Torrão (Ferreira do Alentejo) tem a sua segunda fase em curso desde Julho deste ano. Cedo se compreendeu que, para minimizar o impacte da construção de novos canais de rega que irão atravessar aquele local havia que escavar integralmente a área afectada, com cerca de 3000m2. Tendo em conta a vastidão de vestígios que aí se haviam já identificado, optou a EDIA por adjudicar os trabalhos a efectuar no Sector I e II à NEOÉPICA, ficando o Sector III-Oeste a cargo da ARCHEOESTUDOS (www.archeoestudos.com) e o Sector III-Este, IV e VI a cargo da CRIVARQUE (www.crivarque.com).
Os trabalhos desenvolvidos até à data permitiram a identificação nos Sectores I e II de quatro troços de fosso com cerca de 6m de profundidade, que fariam a delimitação do espaço do povoado. Na sua zona interna encontramos, para além de inúmeras fossas escavadas não só no substrato geológico, mas também naquele que seria o nível de circulação em época Neo-Calcolítica, horizontes de ocupação constituídos por lareiras, pequenas fossas, fornos cerâmicos, áreas de moagem, buracos de poste que suportariam estruturas perecíveis. Todas as realidades que seriam de esperar num povoado desta época e desta dimensão, pese embora o anormal estado de conservação do sítio que se situa, não obstante, em terreno lavrável.
Mas a estrutura mais surpreendente que nos deixou a população que ali viveu há 4 milénios foi o monumento funerário construído no espaço entre dois fossos e ocupando parte do fosso exterior, numa altura em que, comprovadamente, os fossos estariam já em desuso e plenamente colmatados.Que surpresas nos trará ainda a continuidade da intervenção?
(fonte: http://www.neoepica.pt/)
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