Estivemos a ver com toda a atenção estas tuas ultimas notas sobre a investigação que estás a fazer em Monsaraz e o Novo Povoado que referes preliminarmente. Achamos a descoberta muito interessante e importante, por duas razões:
- Em primeiro lugar porque vem dar razão às preocupações da ADIM relativamente à ausência de um plano de salvaguarda e de defesa da Vila e da sua envolvente, que preveja e estude as intervenções, nomeadamente no que respeita a intervenções urbanas e arquitectónicas, que trace regras de planeamento urbanístico, que preveja e regule projectos de arranjos e integração paisagística e outros. Enfim, que defenda a Vila e a sua envolvente e que evite os problemas que têm acontecido nas últimas décadas. Monsaraz deve ser a única Vila Monumento Nacional que não dispõe de regulamentos adequados à sua condição de Vila histórica, monumental e patrimonial. Se estes estudos existissem, já se teria mais conhecimento de factos (como este) relativos à sua história, à sua origem e à sua verdadeira dimensão patrimonial, com todas as vantagens que daí teriam resultado, nomeadamente em termos históricos, urbanos, turísticos e mesmo de matéria humana (urbanidade/residentes), em ultima analise a matéria mais importante no meio de todas estas estórias de patrimónios, arqueologias e paisagem.
- Em segundo lugar porque vem dar razão à ADIM na batalha que temos vindo a travar contra as obras ilegais, perversas e irresponsáveis efectuadas pela autarquia nas calçadas e no parque de estacionamento. Como deves saber, estas obras estão a ser realizadas em plena zona de protecção das muralhas, e em particular na sua zona Nom Aedificandi. De facto, se se tivessem planeado e projectado com rigor e com qualidade as intervenções em causa, efectuando os preliminares estudos e prospecções, já há mais tempo que se teria conhecimento (porventura) deste teu achamento (e se calhar de outros) de que agora estás a dar noticia. Certamente que este tipo de estudos, quando feitos de acordo com as regras adequadas, que infelizmente em Portugal raramente são usadas, teriam contribuído para uma Vila de Monsaraz mais rica patrimonial e cientificamente. E ter-se-iam evitado os disparates que se estão a produzir, saídos da cabeça de gente que não sabe o que está a fazer, que desconhece as condutas e o respeito que se deve ter pelo património, que não está à altura da responsabilidade que tem em proteger o que é de todos. Estamos a falar de todos os envolvidos neste assunto: políticos, técnicos, autoridades, estado e seus organismos de tutela e por último a própria justiça. Sem esquecer os cidadãos que também deixam muito a desejar quando se trata de assumir as suas responsabilidades.
Assim, e neste quadro, (e caso estejas de acordo, como é obvio) a direcção da ADIM tem muito interesse em poder ter uma reunião contigo, no sentido de poderes informar-nos melhor sobre a dimensão desta tua notícia, no sentido de podermos orientar a nossa intervenção enquanto associação da sociedade civil que se preocupa com as questões do património, da paisagem e do futuro da Vila de Monsaraz.
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Estivemos a ver com toda a atenção estas tuas ultimas notas sobre a investigação que estás a fazer em Monsaraz e o Novo Povoado que referes preliminarmente.
Achamos a descoberta muito interessante e importante, por duas razões:
- Em primeiro lugar porque vem dar razão às preocupações da ADIM relativamente à ausência de um plano de salvaguarda e de defesa da Vila e da sua envolvente, que preveja e estude as intervenções, nomeadamente no que respeita a intervenções urbanas e arquitectónicas, que trace regras de planeamento urbanístico, que preveja e regule projectos de arranjos e integração paisagística e outros. Enfim, que defenda a Vila e a sua envolvente e que evite os problemas que têm acontecido nas últimas décadas. Monsaraz deve ser a única Vila Monumento Nacional que não dispõe de regulamentos adequados à sua condição de Vila histórica, monumental e patrimonial. Se estes estudos existissem, já se teria mais conhecimento de factos (como este) relativos à sua história, à sua origem e à sua verdadeira dimensão patrimonial, com todas as vantagens que daí teriam resultado, nomeadamente em termos históricos, urbanos, turísticos e mesmo de matéria humana (urbanidade/residentes), em ultima analise a matéria mais importante no meio de todas estas estórias de patrimónios, arqueologias e paisagem.
- Em segundo lugar porque vem dar razão à ADIM na batalha que temos vindo a travar contra as obras ilegais, perversas e irresponsáveis efectuadas pela autarquia nas calçadas e no parque de estacionamento. Como deves saber, estas obras estão a ser realizadas em plena zona de protecção das muralhas, e em particular na sua zona Nom Aedificandi. De facto, se se tivessem planeado e projectado com rigor e com qualidade as intervenções em causa, efectuando os preliminares estudos e prospecções, já há mais tempo que se teria conhecimento (porventura) deste teu achamento (e se calhar de outros) de que agora estás a dar noticia. Certamente que este tipo de estudos, quando feitos de acordo com as regras adequadas, que infelizmente em Portugal raramente são usadas, teriam contribuído para uma Vila de Monsaraz mais rica patrimonial e cientificamente. E ter-se-iam evitado os disparates que se estão a produzir, saídos da cabeça de gente que não sabe o que está a fazer, que desconhece as condutas e o respeito que se deve ter pelo património, que não está à altura da responsabilidade que tem em proteger o que é de todos. Estamos a falar de todos os envolvidos neste assunto: políticos, técnicos, autoridades, estado e seus organismos de tutela e por último a própria justiça. Sem esquecer os cidadãos que também deixam muito a desejar quando se trata de assumir as suas responsabilidades.
Assim, e neste quadro, (e caso estejas de acordo, como é obvio) a direcção da ADIM tem muito interesse em poder ter uma reunião contigo, no sentido de poderes informar-nos melhor sobre a dimensão desta tua notícia, no sentido de podermos orientar a nossa intervenção enquanto associação da sociedade civil que se preocupa com as questões do património, da paisagem e do futuro da Vila de Monsaraz.
Com os melhores cumprimentos
Jorge Cruz
(Presidente da direcção da ADIM)